segunda-feira, 3 de agosto de 2015

E se eu fosse puta?


Olhem este blog, chama "E se eu fosse puta", ótimas crônicas, dá pra se deliciar bastante lendo.


Travesti em inícios de carreira, Amara Moira percebeu mais fácil transar sendo paga do que dando-se de graça, facinha como ela é. Decide então pela rua, fazê-la de esquina a esquina, encontrando nisso prazer em não só viver ali o sexo tributado (nas formas inusitadas em que ele surge), como também em rememorar dps a experiência, retrabalhá-la em texto: travesti que se descobre escritora ao tentar ser puta e puta ao bancar a escritora.


"Do ponto de vista do feminismo radical, é um absurdo alguém defender que mulheres possam vender prazer a um homem, negociar esse prazer, pôr a ele um preço. Dar lucro a um patrão ok, submeter-se a péssimas condições de trabalho ok, mas vender prazer e ainda ousar saciar esse prazer, isso nunca! E não importa os valores da negociação, cinquenta, cem ou quinhentos reais a hora, pois, para esse feminismo, a prostituta será sempre vítima, sempre "explorada" pelo homem perverso vulgo seu cliente. Para esse feminismo o sexo não poderá jamais ser considerado um serviço, receber um valor, ainda que seja uma das experiências humanas mais essenciais, mais incontornáveis. Pessoas não terão acesso, fora da prostituição, a essa experiência? "Danem-se!" Mulheres empoderadas começam a se permitir, inclusive, requisitar esses serviços? "Elas tb são exploradas, não podemos permitir que paguem a homens, muito menos a outras mulheres, para terem prazer!"

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